O Centro de Vivência em Múltiplas Linguagens Raimunda Assunção dos Santos, que fica dentro do Complexo Hospitalar Juquery, está no território cedido pelo Governo do Estado para a prefeitura e foi inaugurado em julho de 2016 – Veja fotos do espaço
Ele conta com um amplo espaço para a realização de atividades educacionais e culturais.
Antes, um depósito utilizado pela prefeitura, o prédio passou por uma revitalização e, atualmente, recebe as crianças que participam de atividades do programa Mais Educação, onde realizam diversas atividades lúdicas e educativas.
Além disso, o espaço também já contou com apresentações teatrais como Juquery: Memória de Quase Vidas e com outras atividades culturais, como uma Roda de Tambores.
Ocupando e revitalizando o JUCA
A assessora técnica da Secretaria da Educação e pesquisadora da obra de Osório César e da Escola Livre de Artes Plásticas do Juquery, Regiane Mendes, atuante nessa transformação do local, contou como era antes da revitalização. “Era um espaço subutilizado e, na educação, abordamos sempre sobre a importância de territórios educativos, como é o caso do Centro de Vivência, onde é possível trabalhar a requalificação e o ressignificar das pessoas em relação a este lugar. Um espaço dentro do Juquery é muito importante para educar nossas crianças, além de ser histórico”.
Regiane contou um pouco sobre como o reaviamento do local foi pensado. “Na parte externa mantivemos a cor original, mas na parte interna foi feito um estudo de cor da tabela cromática para revitalizar e trazer mais vida ao local”.
A significância do território onde está o Centro de Vivência também foi destaque na fala da assessora. “Aquele lugar foi extensão do quintal da minha casa e também das crianças e adolescentes da minha geração. Durante muitas décadas, ele foi um espaço social da cidade. O Juquery era nosso espaço de convivência, nossa praça, um local de socialização, onde aconteciam os eventos da cidade. Nele foram estabelecidas as primeiras relações de amizades”, contou.
Segundo Regiane, antigamente no território onde está atualmente o espaço Raimunda Assunção dos Santos, era realizado um serviço de ergoterapia, que é uma forma de tratamento e de reeducação em que os pacientes realizavam tarefas manuais simples, adequadas às capacidades funcionais, melhorando o equilíbrio psíquico, servindo como se fosse uma terapia ocupacional.
O espaço
A Diretora de Gestão da Politica Pedagógica, Silmaria Pimentel, deu um panorama do que é realizado no local. “É um espaço por si só educativo, de grande aprendizado, seja pela história ou pela questão do meio ambiente (local aberto, com muitos tipos de árvores e animais), onde as crianças podem, no contraturno, participar de atividades alternativas de cultura, esporte, recreação, arte, entre outras e que são importantes para dar a oportunidade das crianças vivenciarem brincadeiras de rua, algo que atualmente elas não podem vivenciar, por várias questões”.
Confira fotos de algumas dessas atividades – Encerramento Mais Educação e a brincadeira é garantida no local
A Secretária da Educação, Renata Celeguim, destacou a importância histórica e a relação com a educação. “O espaço tem uma série de oportunidades para que possamos levar nossas crianças e mostrar o que foi Franco da Rocha, o que foi o hospital do Juquery. Estabelecer com elas a referência com a cidade e com o histórico dos pais, além de contar também para aquelas pessoas que não são daqui e que chegaram após a desativação do hospital”.
Renata também comentou sobre as inúmeras possibilidades de utilização das salas no Centro de Vivência, que até faz parte do nome “Múltiplas Linguagens”. “Não queremos criar uma escola de especialistas. Não temos a intenção de criar uma escola de música, teatro, ou artes plásticas. A nossa pretensão é ter um espaço para que as crianças conheçam de tudo, desde música até aprender a fazer o cultivo de uma planta”.
Veja fotos de uma Roda de Tambores que aconteceu no local – Clique aqui
Uma das atividades que chamam a atenção da secretária e que envolvem o centro e consequentemente o Juquery é quando as crianças vão conhecer o espaço no entorno, com caminhadas orientadas. “Convocamos algum morador, funcionário, ou ex-funcionários do hospital para contar um pouco do que foi aquilo, do que aconteceu no Juquery e as crianças se interessam, fazem perguntas das mais variadas. Então, elas participam de rodas de conversa ou, às vezes, concluem no local alguma atividade que começaram em sala de aula”.
Mais sobre a obra
O prédio conta com sete amplas salas que podem ser utilizadas de diversas formas e a revitalização do espaço histórico ficou sob a responsabilidade da arquiteta e urbanista da prefeitura Serenna Gomes Correira.
Ela afirmou que as intervenções foram feitas muito rapidamente por profissionais extremamente cuidadosos e qualificados e comentou sobre o trabalho executado no prédio. “No telhado, fizemos reposição de telhas e lavagem. O piso foi mantido e foram feitas correções onde havia buracos com argamassa tingida. Toda a rede elétrica e hidráulica foram revisadas e as portas e janelas restauradas”.
Serenna também contou sobre a novidade em um dos espaços. “Foi instalado um tanque para ateliê de artes dentro da antiga sala de banho”.
Veja as fotos do antes – reforma e depois
Ciente da responsabilidade de tocar uma obra tão importante, a arquiteta e urbanista destacou seu sentimento. “Trabalhar com uma obra de restauro é um prazer que exige responsabilidade. É necessário compreender o passado e comunicá-la com o futuro. O Centro de Vivências em Múltiplas Linguagens me deu esse prazer e me fez sonhar com novos projetos para o Juquery, que além de lindo, é um patrimônio riquíssimo de histórias”.
#OcupaJuca
Além desse espaço, o Governo do Estado de São Paulo cedeu à prefeitura, em julho de 2015, outras áreas, que contemplam parte da várzea do rio. Cerca de 200 mil m² foram cedidos o que subentende-se pelo Campo de Futebol (S.T.O) e também o jardim, que está em processo de estudo para uma revitalização.
Assim, o município vem reconquistando o seu espaço fundador, permitindo que as pessoas voltem a ter o contato e pertencimento com esta área tão importante e histórica de Franco da Rocha.