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Jogos, brinquedos e brincadeiras

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Escrito por Educação

Jogos, brinquedos e brincadeiras… são sinônimos, ou não?

As atividades lúdicas são extremamente importantes no aprendizado das crianças, pois são atividades que reúnem, interessam e exigem concentração das crianças. A partir de jogos, brinquedos e brincadeiras, a criança consegue criar, imaginar, fazer de conta, experimentar, medir, enfim, aprender. Mas jogos, brinquedos e brincadeiras são sinônimos, ou existem diferenças entre eles?

Definir estes conceitos não é uma tarefa simples e fácil, sendo que são utilizados em diversas situações e contextos, mas vamos propor a reflexão destes termos a partir dos conceitos trazidos pela Professora Tizuko Morchida Kishimoto, que para conceituá-los teve que buscar definição em vários autores que produziram conceitos em diferentes tempos históricos e espaços.

O jogo, para as crianças, tem uma importância muito grande, pois é através dele que podem aprender sobre diversos aspectos que se tornam importantes para o desenvolvimento do ser humano. De acordo com Kishimoto (1998) o jogo, o brinquedo e as brincadeiras acabam sendo termos que se misturam e por alguns momentos se confundem, pois, jogo, possui uma pluralidade de sentidos. “O jogo é uma atividade que contribui para o desenvolvimento da criatividade da criança tanto na criação como também na execução. Os jogos são importantes, pois envolvem regras como ocupação do espaço e a percepção do lugar.” (BUENO, 2010, p. 25) É uma atividade mais estruturada, com regras explícitas e determinadas previamente e podem ser utilizadas tanto por crianças como por adultos. São exemplos de jogos: o jogo de cartas, botão, dominó, tabuleiro, futebol, voleibol, basquete, mímica, entre outros.

O brinquedo tem uma história muito antiga sendo impossível delimitar data e ano para a sua fundação, mas sabe-se que desde antigamente os homens já utilizavam objetos que serviam para a brincadeira. O pião, o balanço e a bola são brinquedos muito antigos e fáceis de serem produzidos, a bola pode ser feita de papel ou até mesmo de meias. Os brinquedos podem incorporar, também, um imaginário pré-existente criado pelos desenhos animados, seriados televisivos, mundo da ficção científica com motores e robôs, mundo encantado dos contos de fada, estórias de piratas, índios e bandidos. Enquanto objeto, é sempre suporte de brincadeira. É o material que faz fluir o imaginário infantil.

Para Kishimoto (1998) o “brinquedo será entendido sempre como objeto, suporte de brincadeira, brincadeira com a discrição de uma conduta estruturada, com regras e jogos infantis para designar tanto o objeto e as regras do jogo da criança (brinquedo e brincadeiras)”. Ressalta que o brinquedo é outro termo indispensável para compreender este campo. Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e não havendo determinação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regra que organiza sua utilização.

As brincadeiras se constituem como lazer e ensinamento para a própria criança, porque é justamente por meio delas que as crianças podem discernir situações, resolvê-las e aprender ao mesmo tempo. Algumas brincadeiras são mais populares, por exemplo: brincar de casinha, ladrão e polícia, brincar de carrinho, entre outras, elas podem ser tanto coletivas quanto individuais. Durante a brincadeira a criança poderá modificar regras com maior facilidade do que em jogos, por exemplo, inventar novas regras ou modificá-las, incluir novos membros, ou seja, terá mais autonomia durante a brincadeira. Para Kishimoto (1998) Brincadeira é “a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação”.

O jogo, brinquedo e brincadeiras na educação são “instrumentos” que podem, e devem, ser utilizados pelos professores. Vários são os jogos, brinquedos e brincadeiras que podem ser usadas durante as aulas, o que necessita de forma geral é um cuidado e atenção por parte do professor no momento de escolher e de executar e registrar o que foi planejado anteriormente para seus alunos, trazer para a sala de aula propostas que tenham significado para as crianças, que não seja algo aleatório, sem objetivos claros, o que se pretende com o momento lúdico.

Sugestão de Leitura:

A coletânea de artigos que incorpora o livro mostra como o brincar surge ao longo da história da humanidade relacionado à criança e à educação.
Autor: Tizuko Morchida Kishimoto
Editora: Cortez

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