Dia a Dia

Um pano pode ser…

Chama a atenção a capacidade que as crianças têm de criar. Pensando nisso, a professora Priscila resolveu planejar uma experiência para provocar mais essa imaginação e o jogo do faz de conta.

Tudo estava programado para acontecer no parque, mas foi um dia frio e chuvoso que não seria possível explorar os espaços externos da escola. Sendo assim, a sala de aula foi o lugar escolhido para a diversão.

Adaptei a história “O lenço”, de Patricia Auerbach, a qual conta sobre uma menina que encontra um lenço na gaveta da mãe e com ele, mil possibilidades.

Comecei contando: “Era uma vez um pedaço de pano no meu armário…” e a partir disso fui contando a história e criando diversas possibilidades com o tecido que tinha em mãos: Um travesseiro, um cobertor, uma barriga de grávida, um neném, um cachorrinho, dentre outros.

Quando as crianças perceberam a dinâmica da história ficaram curiosos e eufóricos a espera do que o pano ia virar. A cada nova possibilidade surpreendiam-se e riam.

Terminei a história dizendo: “agora é com vocês! Um paninho pode ser o que vocês quiserem!” e sugeri que fechassem os olhos para esperar uma surpresa que estava preparando para eles.

Enquanto estavam de olhos fechados arrumei o espaço com tecidos de diversas cores/tamanhos, carretéis, canos e tampinhas de garrafa.

Foi então que pedi para que abrissem os olhos e foi uma festa, encantaram-se com o material e mais que depressa começaram a imaginar e criar.

Luiza disse: “eba vou fazer um vestido”, pegou o tecido, um cano e uma bolinha e pediu para que eu amarrasse o tecido nela. Saiu orgulhosa dizendo: “agora sou uma rainha!”

Sofia colocou um tecido na cabeça e disse: “olha a minha trança!”

Luiz pegou duas barras de calça, colocou nas pernas, arrumou um tecido entre as costas e o peito e falou convencido: “prô olha o meu terno, já estou igual ao meu padrinho!”

Larissa veio correndo com um tecido enquanto abria e fechava os braços, então perguntei: “E você Larissa, o que é? Prontamente respondeu: ”Sou uma borboleta prô!”

Davi construiu uma cabana com algumas mesas, entrou, cobriu-se e deitou-se para mamar sua mamadeira feita de carretel.

Lívia empilhou muitos carretéis e disse: “prô, olha meu sorvete bem gigante!”

Izabella brincou de comidinha e colocou a mesa. Ryan com um tecido entre o nariz e a boca disse em alta voz: “pro já tenho um bigode.” Enquanto Davi, Deryck e Bryan se aventuraram em um cabo de guerra.

E foi assim que um dia aparentemente cinzento deu lugar a fantasia, a imaginação, a criatividade e ao movimento em nossa sala.

Há dúvidas de que as crianças amaram?

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EMEB Jose Mauro de Vasconcelos

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